quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013




EM ALGUM LUGAR...

Em algum lugar do passado você ficou morando.
O tempo que tudo leva foi levando... levando.
O tempo muitas vezes é cruel.
É o nosso cálice de fel.
Por que tudo o tempo vai enterrando?
O bom, o ruim...
Sempre assim.
O tempo guardou ou exterminou tudo aquilo que foi tão belo?
Não me condena, porém, ao esquecimento.
Não mata o sentimento.
Em algum lugar moram nossos beijos, nossos desejos.
Nossas horas de amor...
Como mora a dor.
A dor da separação.
A dor de tanto não.
Me vejo num tempo novo e aquele na lembrança persiste.
Mas isso não me deixa triste.
Só me faz lembrar que existem tantos tempos.
Um tempo pra se amar...
Um tempo pra separar.
Para novo amor encontrar.
Porque o mundo não fica parado no lugar.
Hoje outro homem vive a me beijar.
Não me promete o mundo e eu nem iria acreditar.


SONIA DELSIN

terça-feira, 22 de janeiro de 2013




ALEGRIA, ALEGRIA!

a vida é movimento
vento
alegria,  minha gente, alegria!
a vida é poesia
é o revoar de borboletas
é a lembrança do voo

SONIA DELSIN



LÁGRIMAS

elas corriam abundantemente
elas corriam
era o tempo de desaguar
era preciso chorar


SONIA DELSIN





TRISTEZA?

ele no fundo é triste?
o palhaço no riso insiste
e eu?
eu fico olhando-o
sua alma buscando

SONIA DELSIN



RECANTO

ali os pássaros cantam
minha alma canta
ali o ser que sou se suplanta

SONIA DELSIN



UM AMOR ASSIM

É de um amor assim que minha alma carece.
Todo mundo merece...
Um amor cheio de alegria.
E de poesia.
Eu lia, lia...
A estória me comovia.
Pensava durante a leitura que aquilo tudo era utopia.
Não existia.
Ninguém ama assim eu dizia pra mim.
Um homem tão romântico como esse eu nunca encontrei.
E olha que eu andei.
Busquei.

Bem, a estória de amor que li teve um final trágico.
E olha que o livro parecia mágico.
No final eu chorei.
Claro.
A estória era comovente.
Diferente.
E o final inesperado pra mim que não gosto que seja assim.
Mas fiquei pensando que queria um amor assim, pra mim...


SONIA DELSIN



PENDIA A FLOR

Era uma flor tão fresca.
A madrugada a umedecera.
Estava coberta de orvalho.
Quase desmaiava no galho.
Frágil galhinho.
Uma robusta flor.
Meus olhos se encheram de amor.
Pendia a flor e quase partia o galho.
Era o peso da flor coberta de orvalho.
Um tímido sol aparecia.
O orvalho derretia.
No chão caía.
Eu ali assistia.
Sentindo alívio o galho.
Pesava menos a flor sem o peso do orvalho.


SONIA DELSIN